Estamos no dia 09 de março, e o céu desaba sobre as mangueiras. No laboratório de informática da Escola Estadual Paulino de Brito, iniciaremos nossa oficina. Como de práxis, ajustes são necessários, mesmo assim, iniciamos no horário previsto.
Nesse primeiro momento, de formação cidadã, conversamos sobre o tema da
“Comunicação como Direito Humano”. Como facilitadora neste diálogo, contamos com a presença da advogada
Léslie Carolina Batista, formada pela Universidade Federal do Pará, tendo defendido em seu trabalho de conclusão de curso (TCC), o tema “As Rádios Comunitárias e o Direito Humano à Comunicação”. Leslie atua na Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos – SDDH, onde contribuiu para a criação do Fórum Paraense de Defesa das Rádios Comunitárias (FDRC). Além disso, a advogada age juridicamente na defesa dos radialistas comunitários, que respondem a processos na Justiça Federal.
Leslie iniciou com uma dinâmica de apresentação e relacionamento interpessoal, entre os presentes descobriu que o jovem Antonio Luis, há alguns anos, havia participado de uma rádio comunitária sediada no Conjunto Cidade Nova 8, em Ananindeua. Em seguida, houve a exibição do satírico vídeo de produção independente intitulado “Midiatrix – Reveletions”, que aborda questões relativas à dominação e apropriação de conhecimentos, alienação e etc.
Posteriormente, utilizando o recurso do data-show expôs os conceitos de comunicação, direitos humanos, declaração universal dos direitos humanos e outros, evidenciando assim a importância da comunicação como um direito elementar do ser humano.
Na segunda etapa da formação cidadã, a turma Léslie discorreu sobre “O papel e a visibilidade das rádios comunitárias”, definindo o que se entende por uma rádio comunitária; rádios comerciais travestidas de comunitárias; dificuldades financeiras de uma rádio comunitária; abordou sobre alguns problemas técnicos na programação; viabilidade quanto à legalização e por fim perspectivas e desafios das rádios comunitárias.
Infelizmente, por problemas técnicos, os vídeos "Piratas", produzido pelo coletivo Rádio Muda (Campinas - SP) e "Os Desafios da comunicação pública", que iriam finalizar a apresentação de Léslie, (os vídeos estão postados acima, neste blog). A abordagem utilizada pela facilitadora foi bastante didática, uma vez que procurou trabalhar o tema correlacionando-o com questões do dia-a-dia dos participantes da oficina, ou seja, procurando fazer uma relação próxima do tema trabalhado com o cotidiano. Partimos, assim para a criação de um espaço onde a comunicação é construida de forma horizontal, planejada e avaliada coletivamente.
Na próxima semana abordaremos o tema "A Democratização da Comunicação no Brasil".
Belém, 12 de março de 2009.